9.2.06

INVESTIGAÇÃO em E.I.C.

A Investigação no âmbito do Curso de Educação e Intervenção Comunitária consiste num exercício para o qual se torna necessário conhecer a realidade, reflectir sobre os diferentes problemas identificados a partir do estudo diagnóstico, para em seguida desenhar o plano de investigação. Os grupos/alunos(as) escolhem os seus próprios projectos e criam oportunidades de aprendizagem baseadas nos seus próprios interesses e pontos fortes, valorizando a experiência e a motivação para problemática em questão. Realizar uma investigação implica um grande envolvimento pessoal e, consequentemente, conduz a uma aprendizagem mais eficaz, pois aprendem em consequência do seu próprio desejo de aprender, da sua vontade de conhecer. Envolve observação de cenários, trabalho de pesquisa no terreno, tempos de planificação e reflexão, realização de leituras. Empenham-se, consideram a acção de investigar com um sentimento de autoria, uma situação que podem dominar (controlar) e que, de alguma forma, entendem como sua. Desenvolvem um sentimento de propriedade ao realizar as actividades próprias da investigação. Investigar aproxima do mundo real, permite contextualizar o conhecimento e tornando-o, por isso, significativo. Por outro lado permite integrar diferentes ramos de saber e, consequentemente, proporcionar aprendizagens mais eficazes. A Investigação desenvolve-se a partir de uma problemática, autêntica, definida individualmente ou colectivamente, a partir da realidade observada. Tudo se desenrola em redor dessa problemática. Os (as) alunos(as) terão de colocar questões e reformulá-las quando necessário, debater ideias, fazer predições, reunir informação, recolher e analisar dados, tirar conclusões, criar produtos e relatar as suas descobertas e ideias a outros. Em situação de aula, a colaboração é fundamental, pois é necessário discutir, confrontar ideias, ou seja, interagir para partilhar informação, recursos e ideias. O trabalho a realizar no âmbito da Investigação vai permitir uma maior aprendizagem por meio da participação activa dos grupos/alunos (as) que reflectem sobre as situações a estudar e tomam decisões diante dos factos. Ao/à orientador(a) compete resgatar as experiências dos/as alunos/as, auxiliar na identificação de problemas, nas reflexões sobre os mesmos e na concretização dessas reflexões em acções. Por outro lado, os (as) alunos(as) são portadores de uma história de vida, modos de viver e experiências culturais que devem ser valorizadas no âmbito da sua investigação. Essa valorização dá-se a partir do momento em que têm a oportunidade de decidir, opinar, debater, construir autonomia e um comprometimento com a investigação a realizar. Para a realização da investigação os/as alunos/as contam com a orientação de um/a professor/a desenvolvida a partir da frequência de um Seminário de Investigação. A disciplina de Seminário de Investigação tem como principal objectivo proporcionar a construção de novos conhecimentos e o desenvolvimento de novas competências que permitam aos alunos realizar um trabalho de investigação. As actividades a desenvolver deverão ser orientadas no sentido da resolução de problemas, numa tentativa de averiguar, indagar e procurar respostas às diversas questões com que os alunos se confrontam. Assim, durante as aulas de Seminário procurar-se-á aprofundar tais questões de uma forma realista, de modo a ajudar a que compreendam e executem as tarefas necessárias para realizarem com sucesso o trabalho de investigação. Neste contexto o trabalho realizado ao longo da disciplina deverá privilegiar o tratamento de processos de participação, comunicação, tomada de consciência dos problemas e a assunção de responsabilidades, no sentido de permitir que os alunos aprendam a conhecer e a intervir melhor sobre o objecto de estudo. Neste processo de investigação os alunos deverão ser capazes de integrar todos os conhecimentos adquiridos, no Curso, nos anos anteriores.
No ano lectivo de 2005/06 as temáticas a investigar serão as seguintes:

1. Estudo dos impactes do processo RVCC do Areal Gordo - Faro
2. Estudo do Curso de Rendas de Bilros na UTL de V. Real de Stº António
3. Aprender a (re)viver- Estudo sobre as actividades educativas no estabelecimento prisional de Faro
4. Estudo sobre o papel da ACAPO - Faro na integração social de cegos e amblíopes
5. (Re) Aprender a Viver – Estudo de caso da comunidade de toxicodependentes do Azinheiro
6. A importância do voluntariado na equitação terapêutica no centro hípico Pinetrees de Almancil
7. À descoberta dos imigrantes de leste residentes em Quelfes, Olhão
8. Estudo de Caso da Associação de Solidariedade Social dos Professores do Algarve
9. Estudo sobre a identidade cultural da comunidade cigana da Lejana de Cima - Faro
10. Crescer na Instituição - Estudo de Caso do Centro Bem Estar Social Nª Sª de Fátima em Olhão
11. Estudo sobre as equipas de rua no combate à toxicodependência na freguesia de Quarteira
12. Crianças de ontem, adultos de hoje: abordagens biográficas de jovens adultos considerados de risco do Inst. D. Fcº Gomes
13. O portador da deficiência: da reabilitação ao mercado de trabalho
14. A problemática da inserção social do invisual -uma história de vida
15. “Uma vida a salvar vidas” – História de vida do presidente da A.O.A.
16. Integração de pais portadores de deficiência mental na comunidade de Montemor-O-Novo- Relatos de vida biográficos de 2 pais e 2 mães
17. Força de Viver – história de vida de dois toxicodependentes
18. O artesanato na freguesia de Monchique

Prof. Joaquim do Arco